quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Jornalismo Distribuído?


Paul Bradshaw escreveu no seu blog um post intitulado "Networked Journalism: "More Passive?" Not Really". No texto, argumenta que o jornalista que trabalha com conteúdo conectado pode ser passivo, ou seja, o profissional dispara alertas, através do Twitter, por exemplo, convidando à comunidade a participar. Espera a reação do usuário, só depois disso ele se "movimenta". Mas isso só é a metade da história, segundo Paul Bradshaw, o jornalista conectado tem mais essa tarefa, além de produzir o conteúdo. Ele tem que engajar o usuário, provocando mais retorno e participação.
Portanto, Braddshaw acredita que o perfil do profissional está mudando: "It's moving from being a conduit to a stimulator".
No mesmo post, há um link interressante, que o autor cria um " model for the 21st century newsroom". Ele cria um conceito denominado Jornalismo Distribuído: "Distributed journalism means letting go of one asset - content - to build another: community. It means cultivating contacts, not just a contacts book. It means understanding communities, and sometimes being led by them. And it means creating tools and systems as often as creating stories."
Veja a parte 1
Veja a parte 2

Erro fatal: criar uma plataforma para anunciantes e depois "rechear" com conteúdo no formato de mídia social

Li um texto sobre os possíveis erros cometidos pelo New York Times na sua base digital. O Times é certamente um dos véiculos de mídia que experimenta a Internet à procura de novas possibilidades comerciais. Portanto, se experimenta, comete erros. Óbvio.
Entretanto um erro, que o autor lhe imputa, é que o Times não constrói uma plataforma de conteúdo para os anunciantes. No meu ponto de vista, não é um erro, é um grande acerto.
Na era do marketing, ouço e leio jornalistas "projetando" produtos de conteúdo para internet estruturando primeiro os interesses comerciais (publicitários).
Seria uma grande besteira argumentar contra a publicidade. Sem ela, é mais difícil sobreviver com um modelo de négocio tendo como base conteúdo informativo de relevância social (Jornalismo).
Entretanto, esse "novo" modelo não tem obtido os resultados esperados. Creio que o público percebe quando um produto é mkt puro, só "embrulhado" pelo conteúdo. Apesar de parecer uma fórmula velha, acredito que seja clássica: estruturar o conteúdo (feito por profissionais da informação de relevância social) e apresentar para os publicitários, para que eles encontrem as soluções comerciais necessárias para a sobrevivência econômica do produto.

Mídias Sociais viram megafone das catástrofes humanas

Desde que a Internet se tornou acessível aos mortais "não-acadêmicos", na metade dos anos 90, ela tem desmonstrado grande poder de fogo comunicacional em situações limites do ser humano, globalizando as informações dos horrores proporcionados por esse próprio ser humano.

Tendo alguns marcos, como os atentados de 11 de setembro (EUA) e a guerra no coração da Europa (Bósnia), acontecimentos ocorridos antes do que o marketing denominou de web 2.0. Eles foram importantes para o surgimento das Mídias Sociais. Nos atentados, com a queda dos principais sites noticiosos (por excesso de tráfego), vários sites menores colocaram textos e fotos de pessoas que presenciaram os fatos. Na guerra da Bósnia, os relatos e fotos dramáticas ajudaram o mundo a conhecer os horrores de um combate sujo.

Entretanto, os avanços tecnológicos da Internet, proporcionados pelas novas ferramentas, permitiram uma utilização tranquila pelos usuários menos alfabetizados tecnologicamente. Consequentemente, temos muito mais informação, de todos os modos, texto, fotos, vídeo, animações e até mapas, nos mais diversos formatos, como estáticos ou multimídia e com conteúdos com possibilidade de serem complementadas pelo usuário.

No atentado terrorista em Mumbai, podemos ver leque de ferramentas utilizadas pelos usuários (jornalistas ou não) que possibilitaram um vulcão de informações sobre mais uma atrocidade humana.

Na matéria de Amy Gahran, Following Mumbai Attacks via Social Media, é verificável o número de possibilides utilizadas pelos usuários dessa poderosa ferramenta de comunicação que é a Internet