segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Noblat: entranhas de um blog moderado

O termo "censura" no Brasil tem um campo semântico bastante influenciado pela questão do período que vivemos sob um estado ditadorial. Todo Jornalista deve ser contra qualquer tipo de censura. Ponto.

Entretanto, hoje, moderar os comentários de um blog não podemos nos referir à "censura", como alguns dizem para defender qualquer tipo de comentário que é inserido no post, mesmo com ataques pessoais e sem fundamento.

No post "Por dentro do blog", Ricardo Noblat desabafa: "A tarefa mais ingrata, penosa e quase impossível de ser cumprida com sucesso em um blog é a de mediar comentários.".

Em outro post, Noblat fala sobre um post falso: Deletado comentário com trecho falso de artigo de Weffort.

O debate sobre a moderação de comentários, no meu entender, não pode entrar na discussão se é ou não "censura", pois vivemos num estado de direito.

FNPI: o que fazer com os comentários dos usuários?

No seminário "El futuro del periodismo en Internet y la profesionalización de la redacción online", realizado em novembro de 2008, em Bogotá(Bolívia), a Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano (FNPI) realizou uma discussão sobre o que eles demominan de dilema no jornalismo on-line, "Libertad o control: Dilemas frente a la participación de los usuarios".

Para eles, basta juntar três jornalistas para que imediatamente um tema surja: o que fazer com os comentários dos usuários? Clique aqui e saiba um pouco mais sobre essa importante discussão, como a sugestão da criação de um Assessor de Audiência, como fez o Le Post

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Para que servem os comentários nas Mídias Sociais: usuários - "mulas"

A revista americana Time, com a matéria Post Apocalypse, toca em um ponto importante para a discussão muito séria sobre os comentários (post) feitos por usuários em artigos/matérias jornalísticas.
Visto por alguns como uma "nova" forma de Jornalismo (jornalismo participativo), o uso de posts para "aquecer", "acrescentar", "contextualizar" etc tornou-se uma característica saudável da Mídia Social. Entretanto, os portais brasileiros, por exemplo, usam do expediente para apenas para inflar a audiência.
Os usuários-"mulas", como se fosse um padrão, entram nos sistemas para ofender os outros usuários ou o produtor/veículo da matéria, não discutem o essencial contido no texto, se alternam em interpretações descontextualizadas etc.
Mas por que esses posts não são retirados? Primeiro, porque nenhum desses portais têm qualquer tipo de moderação/mediação. Segundo, é bom para audiência. Quanto mais gente entrando e inserindo posts, mesmo que o seu conteúdo não sirva para absolutamente nada, ótimo para a audiência. Tal matéria, tantos posts....

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Why just read the news when you can hack it?

Provavelmente, quem ler a frase "Why just read the news when you can hack it?" pode pensar que é de slogan de um novo serviço noticioso na Web que quer ganhar espaço combatendo a "velha mídia". No, no, no. Essa frase está no tutorial, item FAQ, sobre a Application Programming Interface (API), novo serviço do NYTimes.

Lá na FAQ tem um parágrafo muito interessante.

"But we also have a simpler, more compelling reason: journalism. To inform the public or tell a story, we use articles, photos, videos, interactive graphics, slideshows and more. Data has always been the primary force behind those features, and now it can become a feature in its own right. Our APIs help us fulfill the newspaper's journalistic mission by putting more information in the hands of the public — and they also expand that mission by giving users the ability to find and tell their own stories."

A utilização de API dentro de portais do nível de um NYTimes permite um avanço de dispostivos de mídia social, porém , só para os mais iniciados, pois massa de usuários nem chegará perto.

Outra definição de Mídias Social pelo pessoal de MKT

Ao ler a matéria Hey Businesses! Social Media Users Want Your Attention vi uma outra definição para mídia social feita pelo pessoal do MKT, "social media was defined as technology facilitated dialogue among individuals or groups, such as blogs/microblogs, forums, wikis, content sharing, social networking, social bookmarking and social gaming."

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Refinando o conceito de Mídias Sociais

Um dos objetivos desse blog é chegar a um conceito de Mídia Social que seja muito próximo da "realidade", seja o que for lá no fundo essa tal de "realidade". Nesse sentido, o meu amigo João Ranhel, um pesquisador inquieto e que muito me motiva a pensar de modo mais estruturado, entrou no blog e me mandou um e-mail sugerindo mudanças.
O conceito de Mídias Socias que estou estruturando está em aberto. Contribuindo para o seu refinamento, João Ranhel, que "mete a colher onde não é chamado", como ele mesmo se define, sugeriu trocar Comunicação Mediada por Computador (CMC) por Processadores Digitais, pois "celulares, consoles de jogos, enfim, qualquer coisa que realiza processamento de dados, possui um processador digital; mas não lembram computadores". Certo Ranhel, mas prefiro, então, Máquinas Computacionais, porque além do processador há sempre, em todos esses dispositivos, uma arquitetura John Von Neumman (processador, memória e unidade de armazenamento).
Outra sugestão do Ranhel foi melhorar o texto:" tem que ter algo nele que diferencie Midia Social do lugar comum... porque, faça o seguinte: substitua Midia Social por Internet e leia sua frase! Se o que sua frase está definindo serve para Internet, ela não está mostrando nada de novo - ela está descrevendo algo que já existe para o grande público."
Fiz o que ele mencionou, porém, substitui o termo Mídias Sociais por Web, que é mais adequado do que Internet, pois é a parte user-friendly da rede. Hummm quase serviu. Pois a Mídia Social é estruturada pela Web, portanto esse pertencimento faz com que ela seja composta das características que estruturam a Web. Mas conceito tem essas características agregadas de forma a produzir um conteúdo mídiático participativo de relevância social. Entretanto, se diferencia de Redes sociais ou Comunidades virtuais, apesar de poder estar contida nelas.
Refinei o conceito a partir das observações do Ranhel. Obrigado, amigo.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Timespeople é forma de mídia social utilizada pelo NY Times

Quando dirigia A Tribuna Digital, lá no final dos anos 90, senti a força do NY Times Digital. Um usuário do nosso portal reclamava dos serviços prestados. " Vocês não tem isso, não tem aquilo, não fazem isso etc etc etc". Ele tinha toda razão. Mas, ele queria alguns serviços prestados pelo NY Times Digital. Pura covardia. A gente estava no início da internet no Brasil, equipe pequena, tecnologia frágil e falta de estrutura.

Evoluindo sempre, o NY Times Digital experimenta os ares da mídia social, em 2008. Com um banco de dados totalmente digitalizado desde 1851, esse império de contéudo criou uma feature: Timespeople.

Permitindo o cadastro free, o portal utiliza o usuário como indicador/propagador dos seus conteúdos. O usuário pode recomendar algum conteúdo para outros usuários cadastrados que ele adicinou ao seu perfil. Ele se torna, o que denominei, um 'spotligth'. Através dele, outros usuários podem ver a lista de recomendação e acessar os conteúdos que eles, talvez, não teriam interesse, mas acessam porque foi recomendado por alguém com quem têm um certa identificação. O NY Times Digital, de modo eficiente, fornece mais "portas de acesso" ao seu vasto arquivo. Deverá aumentar a sua audiência, a permanencia no portal e conseguir melhor fidelização.

Além dessa possibilidade, o Timespeople permite seguir alguns usuários e as suas recomendações. Como não tinha ninguém conhecido do meu círculo de amigos, resolvi seguir Barak Obama. As informações do perfil, recomendações de conteúdo, adiconar usuários etc, podem ser realizados através de uma pequena barra que fica acima do conteúdo do portal.

Apenas uma pergunta: quero saber que portal no Brasil tem este sistema? Me vinguei.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Midia Social tem um definição muito diferente feita pelo pessoal do Marketing

A definição de Mídia Social ainda é muito turva. Nesse contexto, cada um puxa a sardinha para o seu lado. Entrentanto, ao definir o que penso de mídia social, estruturei um pensamento sobre as possibilidades que as tecnologias digitais conectadas via redes proporcionam ao usuário que deseja criar, compartilhar, avaliar, debater e distribuir conteúdo midiático de relevância social.

Todavia, o pessoal do Marketing (que tem por missão de sobrevivência dizer que criou tudo primeiro, inclusive termos, como "neuromarketing", my god) também coloca a sua colher no campo das Mídias Sociais.

A definição "Online apllications, platforms and media which aim to facilitate interaction, collaboration and the charin of content" é encontrada na pesquisa “Social Media Research”, da Universal McCann.



Apesar da definição ser fraca conceitualmente, a pesquisa é excelente, entrevistou 17 mil pessoas em 29 países, e reevela alguns indicadores de consumo de REDES SOCIAIS.

O Brasil, por exemplo, se coloca na liderança, com outros países, no acesso a blogs (52%). Os brasileiros também atualizam frequentemente suas páginas nas REDES SOCIAS (57%) e fazem upload de vídeos (68%).

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Editor da BBC News: comunidades de interesses (Mídia Social)

O We Media acontece entre os dias 14 e 15 de outubro em Buenos Aires. Um dos pontos que me chamou a atenção foi a palestra do editor da BBC News, Steve Herrmann. Ele discorreu sobre o que denomino de uso de redes sociais dentro de um aparato de conteúdo midiático, como o da BBC, ou seja, dentro de uma mídia social.


Abaixo reproduzo o que ele disse no blog do evento.

Exposición destacada: "Integrando comunidades a través de la tecnología", con Steve Herrmann, editor BBCNews.

Conectando personas con las noticias. Personas que conectan personas. La tecnología ayuda a las personas a: conocer noticias, escuchar y contar historias, conocer análisis de expertos y formar comunidades de intereses. Comenta algunos ejemplos de la BBC pidiendo e intercambiando información con los lectores, como el caso del terremoto en India y el bombardeo en Londres.

"Las personas se están organizando a través de los blogs y las redes sociales. Nosotros tenemos que saber qué está pasando, cómo lo están haciendo, sino quedamos resagados", asegura Herrmann. Menciona los casos de Zimbaue, Birmania, China, Cuba; relacionando cada uno con la recopilación de la información (que se hizo con celulares y a través de blogs, mails y redes sociales) y el chequeo de fuentes por parte de la BBC. También cuenta la experiencia de los periodistas trabajando en conjunto con los lectores en diferentes regiones del mundo.

Otros ejemplos:
- Publicación de discusiones y debates que se realizaron vía mails
- Mapeo del estado de anímo y las preocupaciones de las personas alrededor del mundo.
- Los lectores siguen un container de la BBC por el mundo. Envían fotos e historias de su recorrido.

Alguien del público le pregunta a Herrmann cómo capacitan a sus periodistas. La respuesta: tenemos 150 periodistas trabajando en el sitio web. Son muy pocos los que entienden y saben todo. Lo que hacemos es mezclar a los que periodistas y también realizamos tallares, aunque es un proceso bastante largo. No tenemos que dejar nunca de aprender.

Tuenti avança na Espanha e já ultrapassa a mídia social criada pelo El Mundo

O meu aluno na disciplina de Mestrado Comunidades Virtuais na Cásper Líbero, Rafael Sbarai, postou no blog da disciplina sobre "o triunfo do Tuenti sobre um [importante] meio online". Rafael menciona os dados que mostram que a rede social espanhola Tuenti acaba de chegar a 2 milhões de visitantes únicos, ultrapassando o elmundo.es, um dos principais veículos de mídia impressa e on-line da Espanha, juntamente, com o El Pais.


Os grupos de mídia, tanto na Espanha, como em qualquer lugar do mundo, perceberam a importância de agregar valor ao seu produto digital online, inserindo ferramentas que possibilitam relacionamento entre os seus usuários e entre os usuários e os produtores de conteúdos informativos.

Entretanto, essa náo é a única finalidade de uma mídia social, no meu entender. Ela tem por objetivo principal produzir conteúdo informativo de relevância social e, partir dele, gerar debate atráves da participação da comunidade de usuários.

Como o Tuenti é uma tecnologia especializa de rede social, o indicador de audiência me parece plausível, pois as redes sociais são as grandes campeãs de audiência na rede.

Rheingold fala do Jornalismo como propagador da "verdade" nas redes sociais

Howard Rheingold é uma pessoa que admiro bastante. Além dos livros seminais como Virtual Community e Smarts Mobs, Rheingold é um ativista que chamo de "livre pensador". Sem bandeiras alarmistas e popularescas digitais, o Rheingold consegue enxergar e iluminar caminhos interessantes sobre questões que envolvem comunidades virtuais (redes sociais), mobilidade e informação.

Em um vídeo postado no OhmyNews, na parte de Jornalismo Cidadão (Teoria e Prática), Rheingold, que foi um dos primeiros particpantes da lendária Comunidade Virtual Well, diz que com tranquilidade que as redes socias não serão, só por si só, capazes de gerar movimentação social (Rheingold foi ativista no movimento de contra-cultura americana).

E fala que o jornalismo tem um papel fundamental em municiar as redes sociais com informações verdadeiras e pertinentes sobre as questões que envolvam o Estado (Governo).

"The role of journalism is essential. And of course I cite OhmyNews, as an example of citizen journalism for the rest of the world. And I'm excited to see that this kind of long-tail payment system is allowing citizens to fund as well as to practice citizen journalism.
It's important that OhmyNews and other citizen journalists establish a way of getting out information very quickly to people of what is true and what is not true."

Acredito, que apesar de tudo que está acontecendo na mídia social, o Jornalismo é fundamental para alvancar discussões pertinentes e relevantes para a sociedade.

sábado, 11 de outubro de 2008

O que é mídia social?

Antes de tentar definir o que é Mídia Social, pesquisei o termo em vários sitios na internet. Também analisei as fortes diferenças entre as mídias, ditas tradicionais, e as novas mídias digitais concectadas.

Nas "andanças" por links e arquivos, não encontrei algo que pudesse encaixar na minha percepção do que é Mídia Social: voltada para tecnologias digitais conectadas que fornecem informações de relevância social através de práticas colaborativas. Por exemplo, o termo, já incorporado por profissionais do Marketing, tem uma amarração conceitual frágil e enviezada para utilização de uma rede social como possibilidade de venda.

Então, uma fotografia, até esse momento, do que defino como Mídia Social:

Mídia Social é um formato de Comunicação Mediada por Computador (CMC) que permite a criação, compartilhamento, comentário, avaliação, classificação, recomendação e disseminação de conteúdos digitais de relevância social de forma descentralizada, colaborativa e autônoma tecnologicamente. Tem como principal característica a participação ativa (síncrona e/ou assíncrona) da comunidade de usuários na integração de informações.